domingo, 4 de setembro de 2011

Texto: Sobre mapas e bússolas: apontamento a respeito da Abordagem Triangular - de Regina Stela Machado para o livro Abordagem Triangular no Ensino das Artes e Culturas Visuais – resumo de Adriana Barros

       A Abordagem Triangular não é uma metodologia, como às vezes é chamada. Os três eixos de aprendizagem artística que a compõem, delimitam claramente conjuntos possíveis de ações complementares e interconectadas; ações que podem se manifestar concretamente em redes intermináveis de relações. A estrutura da Abordagem Triangular organiza um conjunto de ações interligadas segundo uma intenção e uma concepção da arte. A intenção é de dispor um conjunto estruturado de situações de aprendizagem. Não se trata de planejar objetivos do tipo “levar o aluno à” ou estabelecer “o que deve ser aprendido”. As ações propostas podem variar a cada encontro, mas não são escolhidas ao acaso, ou desligadas umas das outras, como itens de um supermercado. A Abordagem Triangular é um ponto de partida e uma espécie de bússola e não uma bula; com ela um educador artista pode beneficiar-se bastante, caso possa se perceber em aprendizagem contínua ou se está disposto a perguntar a si mesmo qual a intenção que anima seu trabalho e, ainda, se está pronto a se exercitar continuamente nos diversos contextos da arte. A Abordagem Triangular é um convite ao percurso pessoal e à busca do que cada artista educador poderá encontrar; não serve para quem quer um manual, nem tem caráter prescritivo. Requer espírito livre, a disciplina investigativa e a disposição corajosa para perceber o que se anuncia ao longo do caminho, o que o mapa não mostra e a bússola não define: as escolhas e a intenção do viajante.

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