A abordagem triangular: fazer, contextualizar e apreciar é alargada em arte, ensino e sociedade, estando cada assunto sustentado por seu próprio tripé. A arte vem sobre fazer, contextualizar e apreciar. O ensino aparece sobre o tripé conhecer-se, conhecer os outros e conhecer o meio. No tema sociedade encontram-se os vértices: vivida, percebida e imaginada. Isabel Marques, escolhendo intencionalmente trabalhar com a abordagem da dança enquanto arte, defende que a dança tem potencial de lançar pontes para outros cenários sociais de que a dança certamente também faz parte – o lazer, as terapias, os rituais, as manifestações culturais e políticas. E por estas razões explica os três pontos em que sustenta a arte/dança, passando por conceitos como articulação dos elementos da linguagem da dança, conhecimento, percepção, construção do corpo, improvisação, composição de novas danças e repertórios de danças já existentes. No vértice ensino é considerado o projeto educacional como um todo e não apenas o aprendizado de uma dança ou uma sequência de passos. Ressalta-se a implicação de um olhar direcionado para as relações estabelecidas entre os indivíduos e o conhecimento da arte da dança. A sustentação do tripé de conhecimentos passa por revisão, crítica, problematização, transformação das indagações a respeito de quem somos, conhecimento do outro, comportamento, escolhas, classe, etnia, gênero, idade, diálogo. Na parte da sociedade os indivíduos aprendem sobre si e dialogam criticamente com as transformações espaço-temporais da sociedade já que as questões locais, nacionais ou globais estão necessariamente inseridas nos corpos que dançam. As relações proporcionadas por arte, ensino e sociedade contribuem para a construção dos múltiplos sentidos que preenchem de significados a existências dos seres em sociedade.
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