sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Construindo

O processo de construção de Contextura foi resultado de muitas reflexões do que foi estudado, mas principalmente foi uma ruptura, do tradicional e esperado para um novo: uma nova experiência, uma nova postura, em jeito diferente de fazer e de pensar a dança. A cada ensaio e apresentação surgem novas questões e possibilidades de pensar nossa dança. Como podemos articular melhor as cenas? Como estabelecer melhor nossas relações em cena? De que forma explorar mais o objeto cênico? Enfim, um fio que estamos puxando que não sabemos onde termina, pois cada pensamento gera outro e mais outros. As respostas vão surgindo e as inquietações também. Cada apresentação gera um ponto a ser discutido e por isso consideramos Contextura um processo individual e coletivo de reflexão da prática.
Forma foi o conceito mais aprofundado em nossos encontros por que exploramos os sentidos e significados dessa palavra constantemente. A forma do fazer, a forma de pensar, não fazer pela forma, a forma que nos movemos e a forma que interagimos e que nos relacionamos com o meio. Descobrimos uma forma fluida a partir da percepção no nosso corpo e das partes do corpo, dos nossos órgãos e estímulos internos  e externos. O estímulo não vinha mais da música, mas de dentro, e das nossas relações em cena, no instante de nossa dança. Percebemos o espaço, o meio em que estamos, transformamos e recriamos. No fazer artístico nos relacionamos com e dentro de nosso espaço modulado criando uma nova forma e expressão.