Nesta tarde recebemos um presente especial: a participação na oficina sobre os processos de criação do espetáculo Dança em Jogo.
Jogos, exercícios e bate papo compuseram a oficina. Lembranças da infância dos participantes também foram utilizadas como importantes elementos de composição ou movimentação cênica.
A Geórgia nos fez lembrar da nossa pele, que é o maior órgão que possuímos. A pele não tem costura e é impermeável; é ela que impede que a chuva ou a água do chuveiro nos molhe por dentro, porém, ao mesmo tempo ela é porosa, suamos por ela. Através da pele sentimos o mundo, sentimos o outro. Na pele tem cor e nela sentimos o frio e o calor.
E foi com a atenção voltada para a pele que iniciamos a oficina. Enquanto estávamos deitados, a Geórgia pediu para lembrarmos de todas as células existentes em nossa pele e nos levou a pensar que essas células estavam muito felizes. Daí iniciamos uma movimentação, sempre pensando na pele, nas células e na felicidade. Aumentando a intensão dos movimentos, passamos para o nível médio, até chegar ao nível alto.
A partir desse ponto, foi explorada a interação entre os participantes, através da percepção da movimentação do outro, toques, indução de movimentos, composição de movimentação com o outro. Algumas vezes a Geógia dizia: - Pausa! E ficávamos como estátuas. Então tínhamos que dizer o que estávamos enxergando nas poses, em uma palavra. Muitos lembraram de brincadeiras como pula cela, outros viam equilíbrio ou aconchego. Com jogos como esse, chegamos até o momento em que pudemos lembrar de medo de altura e fixarmos em uma história vivenciada por uma das pessoas, que quando criança, brincava com amigos e parentes de andar no muro do vizinho. Um muro alto. O desafio era andar por todo o muro, equilibrando-se. O muro era cumprido e um dos amiguinhos sentou-se nele e com o intuito de concluir a travessia, esta participante da oficina tentou pular por cima do amiguinho, o que ocasionou a sua queda e o machucado. A Geórgia pediu que todos dançassem essa história, tentando evitar a representação ou mímica.
Num outro momento foi proposto que os participantes se apresentassem em grupos pequenos mediante apreciação dos outros. Cenas lembrando gangorra, galinhas, patos, vacas, cercas, pega-pega surgiram num ambiente de muita descontração.
Durante as conversas que aconteceram com todos sentados em círculo, foi possível entender um pouco mais sobre a Balangandança Cia. e sobre o espetáculo Dança em Jogo. Havia uma grande curiosidade quanto à improvisação, participação do público durante as apresentações, preparação dos bailarinos e ensaios. Também pudemos ouvir sobre o relacionamento existente entre os integrantes da companhia, já que o trabalho de improvisação do espetáculo requer um alto grau de entedimento mútuo.